quarta-feira, 9 de novembro de 2016

=> Leguminosa é alternativa no combate ao Aedes aegypti, em Garanhuns

Sementes da leguminosa crotolária breviflora – planta que atrai insetos voadores que se alimentam de larvas e do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, febre chikungunya e do Zika vírus – serão distribuídas a partir desta semana à população de Garanhuns. O método, sugerido pelo agrônomo Rodrigo Marçal e o advogado Charlyton Matos, é mais uma alternativa no combate ao Aedes.

O engenheiro agrônomo explica como surgiu a iniciativa. “Andando por cidades eu vi algumas campanhas de combate ao mosquito com essa espécie de planta. Então eu resolvi sair um pouco da inércia e quis ajudar a população e comecei a pesquisar sobre essa leguminosa e a utilização dela em outros municípios. É algo fácil de ser cultivado e ela tem uma flor que atrai a libélula, que preda tanto a larva quanto o mosquito já adulto”, detalha Rodrigo. 

Os dois garanhuenses confeccionaram kits, que contêm sementes e material informativo – em que expõem os benefícios do cultivo da planta e os cuidados a serem tomados com a mesma. “O importante é fazer com que outras pessoas também saiam da inércia, como nós estávamos. Começar a debater e agir politicamente, uma política cidadã. Levar cada pessoa a se entender como parte do processo e não apenas criticar o governo, mas também agir. E uma coisa que nos estimulou bastante foi a receptividade que tivemos no poder público aqui em Garanhuns, porque quando se está distante você acha que é algo totalmente inacessível, você trata o governo como inimigo. Mas por onde a gente passou, nós fomos bem recebidos, todos foram bem prestativos com a gente e isso estimula o cidadão”, comemora o advogado Charlyton Matos. 

Matos ainda incentiva os garanhuenses que têm alguma ideia que possa contribuir com a gestão da cidade, que levem ao poder público para que possa ser analisada e possivelmente implantada. “Se você tem ideias, leve ao poder público ou comece implantando em sua comunidade, pois não podemos apenas esperar que o governo faça. Nós também temos essa responsabilidade. O que nós trazemos como discussão é justamente isso: ‘você está criticando o governo, mas o que você está fazendo para contribuir com isso?’. Todo mundo diz que ama Garanhuns, então precisamos demonstrar esse amor, por meio de atitudes”, completa.

O diretor do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Marcos André, fala da expectativa em quanto à implantação do projeto de entrega das sementes. “Para nós que fazemos a Secretaria de Saúde foi muito interessante e animador, pois a gente vê que o cidadão responde também as questões de saúde de uma forma altruísta. Quanto mais cidadãos estiverem envolvidos, não só nesse processo de combate ao Aedes, mas em todas outras questões de saúde pública, mais eficientes serão os resultados. E a expectativa é uma das melhores. Com a aceitação da população nós conseguiremos reduzir o índice de infestação predial aqui na cidade”, afirma.

Para o secretário de Saúde de Garanhuns toda sugestão é bem-vinda quando o assunto é para o benefício coletivo. “Nós ficamos muito felizes ao receber esses dois garanhuenses com uma ideia como essa, que já é realidade em outras cidades. E tão importante quanto a sugestão é saber que a população está atenta para algo que é para benefício de todos. Nós sabemos que não adianta o governo criar tantas formas de combater o mosquito se não tivermos o apoio e cooperação da população. Por isso, ver que temos pessoas atentas para essa luta é motivo de satisfação para todos nós”, enfatiza Alfredo de Góis. 

A crotolária breviflora é uma planta que cresce no máximo até 0.65 cm e floresce em menos de 90 dias. Com o cultivo da espécie, o controle sobre a transmissão do Aedes é ampliado, mas não dispensa os cuidados que cada cidadão deve ter em sua residência para evitar os focos do mosquito. A crotolária pode ser plantada em jardins, vasos ou terrenos baldios, assim como qualquer outra planta ornamental. A contribuição do governo municipal nessa proposta também inclui o cultivo das sementes nos canteiros da cidade.

Entrega – As sementes da leguminosa serão entregues por meio das visitas domiciliares realizadas pelos agentes de endemias da Secretaria Municipal de Saúde. 


Foto: Divulgação
TEXTO: RUTHE SANTANA e CLOVES TEODORICO
FONTE: SEcom Garanhuns

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