Nesta quinta-feira, 6 de agosto, um bate-papo pela manhã reuniu o público do festival e os realizadores Marcelo Pedroso (Brasil S/A), Ismael Moura (Ilha), Jackson Abacatu (O Extraordinário Caso do Sr. A) e Marcus Curvelo (Com Fome no Fim do Mundo Remix), que exibiram seus filmes no dia anterior. A conversa girou em torno de questões como os diferentes processos de produção dos filmes, motivações pessoais e coletivas que levaram ao desenvolvimento dos projetos e, também, sobre as muitas possibilidades de intervenção social e política do cinema.
No fim da tarde, o festival também abriu espaço para o seminário ‘Cinema Político e Políticas para Cinema’, realizado em parceria com a Associação Brasileira de Documentaristas/Associação Pernambucana de Cineastas (ABD-PE/APECI). Presidente da ABD-PE, Pedro Severien deu início à conversa, que acabou acontecendo sem muita cerimônia mesmo, na praça ao lado da Câmara Municipal de Vereadores: “A ideia é aproveitar esse momento de festival aqui na cidade, para avaliarmos coletivamente a política para o audiovisual”.
Colaborando com a discussão, a presidente da Federação de Cineclubes de Pernambuco, Yanara Galvão, falou sobre a importância do festival deixar uma “contrapartida social na cidade, incentivando que os cineastas participantes autorizem que cópias de suas obras fiquem para escolas e cineclubes da região”. Ainda avaliando o festival, Yanara complementou que “o acervo e a distribuição dos filmes são gargalos, mas também não podemos regredir nas ações de formação, precisamos retomar ações com professores do município, inclusive”.
Fátima Finizola é professora de literatura e, em sua intervenção, manifestou o desejo de ver a lei 13.006 de 2014, que obriga a exibição de filmes nacionais em escolas de todo o Brasil, ser implementada. “Tenho essa vontade de contribuir com a formação crítica dos alunos através do audiovisual, mas infelizmente ainda não há uma metodologia para aplicação da lei”, lamentou. Dialogando com a preocupação apresentada, Pedro Severien observou que “esta é uma inquietação tá acontecendo no país inteiro porque ainda não há um manual da aplicação da lei, o desafio é elaborarmos modelos pedagógicos para lidar com o audiovisual na escola”.
De pronto, Agamenon, que integra o Cineclube Caretas, sugeriu ações em parceria, comentou sobre a necessidade dos professores se engajarem também nesta luta cineclubista e adiantou que está em curso a implantação na cidade o “Centro Criativo de Cultura, um equipamento que tem tudo para fortalecer o audiovisual, o teatro, o artesanato e outras expressões, podendo ser até um polo do Festival de Cinema no próximo ano”, apontou.
Para Milena Evangelista, coordenadora do Audiovisual da Secult-PE, “é enriquecedor este momento de repensar alguns aspectos do festival, com o objetivo de integrá-lo cada vez mais à dinâmica, ao cotidiano não apenas de Triunfo, mas de todo o Pajeú”. Sobre o desafio de consolidar uma politica permanente, inclusive no que diz respeito à dinamização do Cine Theatro Guarany para além dos dias de festival, Milena ressaltou que “esta é uma urgência e, nesse sentido, será realizado pela primeira vez em Triunfo um debate no sábado sobre cinemas de rua, o objetivo é pensarmos esses espaços a partir da possibilidade de atuação em rede”.
Mariana Porto, vice-presidente da ABD-PE fez um chamamento à participação de cada vez mais realizadores do audiovisual em instâncias de avaliação e definição de políticas públicas: “Estamos galgando cada vez mais espaços em fóruns, conselhos, comissões, mas é preciso que mais pessoas se envolvam, assumam responsabilidades, atuem conosco nesse sentido”.
Ao final, Pedro Severien lembrou a todos que está aberto o processo eleitoral para o Conselho de Política Cultural de Pernambuco. De 11 de agosto a 14 de setembro, interessados devem se inscrever na formação do colégio eleitoral, que permitirá a cada um, votar e ser votado como representante da sociedade civil. AQUI as informações completas sobre esse processo.
>> O Festival de Cinema de Triunfo é uma realização do Governo de Pernambuco, através da Secult-PE e Fundarpe, em parceria com a Prefeitura de Triunfo. Confira a PROGRAMAÇÃO COMPLETA.
FONTE: Assessoria de Comunicação da Secretaria de Cultura de Pernambuco
Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco - Fundarpe
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