POR: Givaldo Calado de Freitas*
Tenho muito medo de conversa vazia. Sem sentido. Como diria um amigo: “Sem pé e sem cabeça”. Fruto de fofocas. Puras ilações... De pessoas que só pensam em agradar. E só agradar. Não raro, com intuitos escusos. Deus nos livre dessas pessoas. Machado de Assis dizia: “Prefiro a lição que melhora ao ruído que lisonjeia”.
Consulto minhas anotações. Vejo em Alexandre Herculano: “Cismou algum tempo no caso, mas como não atinava a deduzir daí uma ilação razoável, não pensou mais nisso”. Digo: as pessoas, hoje, são mais açodadas que nos tempos de Herculano. É que hoje sequer se dão ao trabalho de cismar. Vão logo às ilações. E, dessas, à intenção da realidade.
Cabe a nós, contudo, escutar. E escutar. De forma religiosa, atenciosa. E, respeitosamente, escutar e escutar. E, daí, discernir e discernir! Essa a palavra. Esse o verbo. Hoje, tão carecido. Carecido de ser mais conjugável.
Sempre tive em mente esses cuidados. Que, por mais que você os tenha em mente, não lhe impedem, de tomadas de decisões injustas e erradas. Conquanto, respaldadas em informações descuidadas de auxiliares próximos a você que, por sua vez, tiraram suas conclusões com base em ilações das pessoas que os cercam. Que, no entanto, não fizeram “o dever de casa”. Ou seja: Não foram a fundo. Não procuraram a raiz da questão. Não tiveram o dever da cautela. Da análise do que lhe fora referido. Enfim, de auxiliares que não discerniram.
Sempre digo que é preciso muito cuidado na escolha das pessoas para ocupar os chamados “cargos de confiança”. Quer na iniciativa pública, quer na inciativa privada.
A expressão chama a atenção para duas palavras. Uma explícita na própria expressão: “confiança”. A outra, nela, implícita, “competência”. No meu olhar, a ausência de uma delas exclui a outra, inexoravelmente. Ou seja: você não pode nomear para ocupar um “cargo de confiança” uma pessoa em quem você não confia, posto que competente. Ou, em quem você confia, mas que não tenha competência. Um dos predicados é excludente do outro. E vice versa, portanto.
À minha mesa, recorrentemente, vejo-me diante desse problema. Fico a ouvir. A escutar. Vou a fundo. Faço-me de conta convivendo na ponta. Na origem. Na profundeza da raiz.
Digo-me: prefiro perder algum tempo, acertando a ganhar algum tempo, errando. Daí ter errado menos. No que fiz. No que faço. Deus me deu paciência para essa obra.
*Figura pública. Empresário.
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