POR: Givaldo Calado de Freitas*
No escritório, em Garanhuns, hoje (26). O celular toca. Atendo. É Pedrosa. “E aí, amigo, como estamos? Alguma nova?” Ele, meio sem jeito, diz: “Tenho Givaldo. Ainda sobre domingo (23), quem ligou pra mim foi Marly. Disse-me que um amigo dela, que é do Ministério Público, está preparando uma denúncia contra os organizadores da caminhada de Boa Viagem. Segundo ela, o seu amigo vai fundo à denúncia porque o que houve naquele dia não pode ocorrer mais em nosso país, apesar de ele reconhecer que o clima da campanha para esse primeiro turno está se afunilando cada vez mais, e isso vai aumentar a polarização entre os que defendem a democracia e os que pregam o autoritarismo. Ou seja: entre os eleitores de Haddad e os eleitores de Bolsonaro”.
Interrompo, e digo ao amigo: “Mas isso é normal na disputa, e vou além: digo que é bom que existam esses confrontos para que a gente possa melhor decidir para que lado vamos”.
“Mas Givaldo, sou advogado e jurei defender a Constituição de meu país. A ordem democrática, os direitos humanos e a justiça social. Ele, não! Esses eleitores de Bolsonaro pregam violar a nossa Carta Magna; os direitos humanos, que com muita luta conquistamos, e mais grave, a justiça social que fizemos ou procuramos fazer nesse país nos últimos anos. Não! Isso não poder ocorrer!”
Pedrosa estava possesso. Desde domingo que o via estranho, e com olhar e expressões fora de seu normal. Olhar e expressão que se acentuavam, à medida em que a barulheira da avenida aumentava por chegar mais próxima ao edifício do amigo Marcos. Disse-lhe, então: “Amigo, só tem um remédio para esse embate. É vencer ou vencer. E disso não tenho o menor fiapo de dúvida, por conta da lucidez dos homens e das mulheres de nosso país. Por isso que não vejo a grande maioria de nossa gente querer o retrocesso. É preciso que saiamos aos bairros, às ruas, às casas da gente brasileira para dizer que esse candidato representa uma ameaça franca ao nosso patrimônio civilizatório. Que temos de somar forças na defesa da liberdade, da tolerância e do nosso destino coletivo. E, Pedrosa, estamos aí com um candidato que reúne todas as qualidades que queremos de um homem público: vocacionado, civilizado, respeitoso, competente, preparado, paciente... Além de trabalhador, honesto, decente, leal..., e cuja candidatura fora definida há poucos dias, e já se encontra próximo a ultrapassar o candidato que diz que ‘vai ganhar de todo jeito’, e que se ‘a Justiça não confirmar sua vitória é porque quiseram tomar-lhe a eleição’.
Pois, sim, amigo. Ele não vai ganhar porque lhe vai faltar muitos votos. Haddad vai para o segundo turno, tendo sido o mais votado no primeiro, ou pelo menos, em empate técnico. E, lá, no segundo, vai ultrapassar a marca dos 50% dos votos válidos. E isso não é exagero não, porque ainda há 10 dias para a eleição e, num cenário, hoje, para o segundo turno, ele já aponta com 45% a 47% dos votos.
Vamos ganhar Pedrosa. Acredite!”
Senti o amigo Pedrosa mais animado. A possessão sumindo. Disse-lhe, por fim, ainda: “Temos, nessa reta final de primeiro turno, que procurar a todos. Com eles conversar, e dizer da ameaça que representa esse preconceituoso, intolerante e defensor do machismo e da misoginia. Enfim, fazer a nossa parte porque, no mais, a nação fará”.
“Mas, Givaldo, a última que quero te dizer é que Marcos e Marly, que eram doentes por esse doente, estão na campanha como poucos. Falando com os amigos. Dizendo dos predicados de Haddad e de seus projetos para fazer o Brasil sorrir de novo”, concluiu Pedrosa.
Ao que finalizei: “Mas que bom! Graças a Deus!”
* Acadêmico. Figura Pública.
REDIGIDA EM 26.09.2018
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