quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

=> CRÔNICA: OLHAR DE GARANHUNS


POR: Givaldo Calado de Freitas*

Cheguei, ontem, de Brasília. Já era tarde. Lá deixei o imbróglio no Senado. Que coisa feia! Alguns dos senadores, no aeroporto, já de volta aos seus Estados. 

Em casa, depois de um bom repouso, ligo a televisão e vejo uma reportagem linda sobre os parlamentos sueco e brasileiro. Que beleza! Ah! Se o nosso parlamento fosse pelo menos parecido com o parlamento sueco! 

Meu voto. Minha preferência, de pronto, aflora. Até porque já vem de longe. De muito longe! De repente, um sonho me ocorre. 

Eu, parlamentar, andando de metrô, levando minha comida para meu gabinete. Na hora, aquecendo-a, lavando minha louça, e com dois ou três assessores. Não mais! O bastante! E só! Além de meus vencimentos, claro! Bem menores que os vencimentos de um parlamentar de meu país real. Estes, mais de quinze vezes maiores que os vencimentos de um professor. Aqueles, um pouco mais que duas vezes. E sem outras rubricas imorais. Lá, sem mais nada, além do salário e uma habitação funcional de pouco mais de 15m². Mas paga pelo parlamentar.  

Na série de reportagens da jornalista Ezandra Ribeiro sobre a posse do Deputado Federal Fernando Rodolfo, disse, convicto que, “Garanhuns e região estiveram com olhares voltados às notícias sobre a nossa conquista, até pelo tempo decorrido para que viesse acontecer: exatos sete mandatos, longos 28 anos.” 


Na hora da posse. Na hora do “EU PROMETO”, os garanhuenses presentes foram tomados de grande emoção. Quem sabe, também diante do aproximar dos 140 anos da cidade. Disse à jornalista: “Eu, e todos, quase chorando de alegria. Queríamos ser testemunhas desse momento histórico, pensando na gente da nossa cidade que deixa para trás, e enterra esses anos todos de vergonha e humilhação, sofridos. Momento que se revestia de grande simbolismo, por certo.”

Agora, é Garanhuns correr atrás do tempo perdido, porque, com voz e vez... Voz que silenciara já há tanto tempo. “A voz parou na minha garganta”, disse Virgílio em sua Eneida. Vez que se exclui com a voz paralisada. Mas, com estas, voz e vez, temos voto no Colegiado da Casa para “brigar”, junto às esferas federais, pelos anseios de seus filhos.
 
Sempre dissemos que nunca perdemos a esperança. Perseveramos e persistimos. Sempre acreditando no discernir e na disposição de luta da nossa gente. Como Cervantes, parecia dizermos “Até a morte, tudo é vida.” A cada eleição desse longo período, Garanhuns sinalizava o seu desconforto, e votava em nomes da cidade. Nomes que temos de aplaudir porque transpuseram a chamada “barreira do ridículo”, como diziam alguns. 

Agora, deu certo. Fernando soube ampliar e será a nossa voz, com coragem e destemor, para alcançarmos nossos sonhos, e um deles, o maior, é a nossa BR 423 que, estou convencido, será o pavimento da grandeza de nossa economia. E esta, por sua vez, a nossa maior empresa. 

Mas, um dia... Quem sabe? Os exemplos da Suécia pairem por nosso país. Devemos continuar sonhando. No que pese acordado e sem sonho, acreditar difícil porque este o nosso país. 

* Empresário. Acadêmico. Figura Pública.

REDIGIDA EM 4 / 02 /2019

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