Com Copa do Mundo, Natal e Ano Novo, cuidados com fogos de artifício e rojões devem ser redobrados
As festas de fim de ano são um momento de celebração e, especialmente neste ano, com a Copa do Mundo, os jogos da Seleção tornam-se um motivo a mais para reunir a família e os amigos. Envolver as crianças na preparação desses encontros é uma oportunidade de aproximar as pessoas e reforçar os laços afetivos. No entanto, eventos dessa natureza requerem cuidados redobrados, principalmente com crianças e adolescentes.
O alerta é da especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS, Erika Tonelli, que destaca a importância da atenção com o público infanto-juvenil para evitar acidentes em meio às comemorações. “É importante pensar na segurança em primeiro lugar e, para isso, é fundamental tomar algumas medidas que garantam cuidados de qualidade durante as celebrações”, adverte.
Segundo Erika Tonelli, um dos principais vilões nesses eventos é um velho conhecido dos brasileiros – os fogos de artifício. Crianças autistas, por exemplo, têm hipersensibilidade a sons, como o barulho das bombas e foguetes, provocando uma sobrecarga aos sentidos, instabilidade comportamental, levando a fortes crises emocionais.
Além dos fogos de artifício, a área da cozinha e as decorações dos ambientes também podem representar perigo. De acordo com pesquisa realizada pela Aldeias Infantis SOS, por meio do Instituto Bem Cuidar (IBC), divisão de pesquisa e conhecimento da Aldeias Infantis SOS, somente em 2021, foram registrados mais de 110 mil casos de internações de crianças e adolescentes no Brasil, causadas por acidentes, sendo as queimaduras, com 19% das ocorrências, a segunda maior causadora dessas ocorrências. Com medidas de segurança reforçadas, 90% dessas causalidades poderiam ser evitadas.
Confira abaixo algumas dicas para evitar os acidentes mais comuns com crianças e adolescentes nessa época de festividades de fim de ano.
Cuidados com fogos de artifício
Não acenda rojões e outros artefatos explosivos próximos a crianças e adolescentes, além de, é claro, mantê-los afastados de locais onde ocorrem a queimas de fogos de artifício. A comercialização ou o fornecimento de itens com potencial explosivo para este público são considerados crime de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Avalie a qualidade dos brinquedos
Os brinquedos para torcer pelo Brasil na Copa do Mundo ou para presentear as crianças no Natal devem passar por uma inspeção para checar se há partes soltas ou quebradas, com pontas afiadas ou arestas. Caso identifique alguma, conserte ou descarte imediatamente. É importante frisar a recomendação de comprar somente brinquedos com selo do INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), respeitando a faixa etária indicada.
Montagem da árvore de Natal
Procure instalar a estrutura em um canto da casa de difícil acesso para as crianças e longe de móveis que podem ser escalados, impedindo possíveis quedas. Árvores grandes devem estar bem fixadas e estáveis, para evitar acidentes.
Instalação das luzes
O primeiro ponto de atenção é a fiação: nunca utilize piscas com fios elétricos desencapados ou com emendas. É comum que todos os enfeites de Natal sejam guardados e reutilizados nos anos seguintes, entretanto, essa economia pode causar prejuízos materiais e queimaduras nas crianças. Nunca deixe as luzes espalhadas pelo chão, pois há o risco de crianças levarem à boca enquanto estão ligadas na tomada. E, ao dormir ou sair de casa, desligue todas as luzes, a fim de evitar curtos-circuitos e possíveis incêndios.
Escolha dos enfeites
Quando há crianças em casa, a escolha dos enfeites deve priorizar a segurança. Por isso, evite as opções frágeis ou que tenham peças removíveis pequenas. A atenção deve ser redobrada com festões e outros cordões usados na decoração, que podem trazer o risco de estrangulamento, principalmente entre bebês.
Cuidado com o forno
O preparo de assados e sobremesas, típicos da ceia de Natal, levam horas e, por isso, é comum que as crianças menores, especialmente bebês que estão engatinhando, tenham mais exposição ao aquecimento do forno. Fique atento quando os pequenos estiverem na cozinha, evitando que se aproximem ou se apoiem no fogão, e redobre ainda mais a atenção ao abrir o forno, para evitar queimaduras. Aqui, o cuidado e a cultura de prevenção são sempre recomendados.
Atenção redobrada com churrasqueiras
Com a chegada da Copa do Mundo, família e amigos se reunirão nos tradicionais churrascos para acompanhar os jogos. Com crianças nesses eventos, é importante ficar atento aos perigos que podem ser causados pelo fogo e alta temperatura dos equipamentos.
Por este motivo, é necessário manter a churrasqueira distante da área de circulação, evitando que a fumaça atinja os pequenos. Os modelos portáteis ou improvisados precisam de ainda mais cuidado para prevenir acidentes. As queimaduras geralmente são graves e, muitas vezes, deixam sequelas irreversíveis.
Não cozinhe com crianças no colo
É uma regra simples que deve ser adotada sempre, mas, como nessas festividades os adultos ficam muitas horas na cozinha, o alerta se faz necessário: mantenha o bebê no colo apenas se estiver longe do fogão. O óleo quente pode respingar na criança, ela pode encostar o pé em uma panela quente ou até puxá-la. Sendo assim, além de evitar o colo nessas condições, nunca deixe os cabos das panelas voltados para fora. A criança tem interesse em descobrir novos objetos e pode puxar os utensílios, derramando o conteúdo quente da panela e causando acidentes graves.
Sobre a Aldeias Infantis SOS
A Aldeias Infantis SOS (SOS Children’s Villages) é uma organização global, de incidência local, que atua no cuidado e proteção de crianças, adolescentes, jovens e suas famílias. A organização lidera o maior movimento de cuidado infantil do mundo e atua junto a meninos e meninas que perderam o cuidado parental ou estão em risco de perdê-lo, além de dar resposta a situações de emergência. Fundada na Áustria, em 1949, está presente em 137 países. No Brasil, atua há 55 anos e mantém mais de 80 projetos, em 31 localidades de Norte ao Sul do país. Ao trabalhar junto com famílias em risco de se separar e fornecer cuidados alternativos para crianças e jovens que perderam o cuidado parental, a Aldeias Infantis SOS luta para que nenhuma criança cresça sozinha.
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