segunda-feira, 25 de março de 2019

=> CRÔNICA: MINHAS LINHAS

POR: Givaldo Calado de Freitas*


"Desembauzar". Este é o neologismo que Wagner me soltou: "Tem que desembauzar esse material". Dei de ombro. Mas, nem tanto. Como, por certo, gostaria.

Aos poucos fui "desembauzando" minhas linhas, e as liberando ao público pelas redes sociais; pela imprensa falada e escrita, ao tempo que ia ordenando-as e reunindo-as em volumes, para enviar ao prelo, com as cautelas ditadas pelo nosso Wagner Marques.

Disse-me, recorrente, há pouco. Publicar essas linhas? Perdi o senso? Eu? Mas, arrematei: essas linhas não têm a menor pretensão. Conquanto, não lhes confiro relevância.

Não! Não perdi o senso. Se falarem - que falem! - é porque se fala de tudo. De quem produz. E de quem não produz. E eu produzi. Ou, pelo menos, penso que produzi.

Vou aos meus arquivos. Descubro pastas e pastas “AZ”. Todas Densas. Pesadas. Seus conteúdos: muitas... Muitas linhas. De anos, quase fechando a primeira década.

De repente, fechada, e já a caminho da segunda metade da segunda. Linhas inéditas, todas, ou quase todas. Meu Deus! Nunca pensei. Nunca! Elas, todas, produto de minha pobre cabeça, fruto das minhas inquietações ou frustrações, nessa vida afora.

Elas, todas, que contam minhas caminhadas dessa já longa jornada. Que tenho como única, fragmentada, todavia, em longas passarelas, que encerram caminhos e descaminhos percorridos. Mas, estes, perfazendo uma grande jornada... Sempre vertical. Sempre valente. Sempre inteira. Sempre direta... Segundo meu modesto pensar.

Fácil esse caminho? Não! Difícil sua ultrapassagem? Sim. Por que pedras tentaram barrá-los? Também, sim! Contudo, pareci-me segurar na sentença de Mário Quintana: “Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo.”

Quem sabe, este, formatado dessas linhas. Aí a glória. A glória do grande dia. Da grande glória. E cada um tem a glória que merece.


À Ezandra e Diego, que me ajudam nessa difícil tarefa, disse-lhes: "Vocês pensando que chegavam ao fim. Este, longe. Muito longe, ainda! Aqui, temos algumas vezes mais material que esse encontrado em nossas varreduras. Mãos à obra! Posto que já estejamos com as mãos nela”.

Nunca pensei passar pelo que me ocorre nesses últimos tempos. Nunca! 

*Figura Pública. Empresário.

Crônica redigida em 22/10/2017.

Nenhum comentário:

Postar um comentário