sexta-feira, 15 de março de 2019

=> GARANHUNS, MEU PARTIDO!

POR: Givaldo Calado de Freitas *


Tenho pontuado as carências de nossa cidade à conquista do título tão desejado de “Cidade Turística”. 

Com efeito, de todos os títulos que Garanhuns ostenta - e são tantos - um, e somente um, não lhe cabe, e disso tenho referido nos meus dias a dia. E dele tanto falo com pesar, claro! Como se masoquista fosse. 

Ah! Outro dia um amigo me disse que, no mínimo, “a nossa cidade tem vocação para o turismo”. “Mas claro!”, respondi. E quem disse que nossa cidade não tem vocação turística? Evidente que tem. E muita! E essa vocação fora a nós referida, lá pelos idos de 1950. Ela, e mais três outras.

Cuidamos bem de duas delas, educação e comércio, de certo! Mas esquecemos ou negligenciamos a cultura e o turismo. E este não existe sem aquela. Sabemos! 

O Ministro Gilberto Gil, quando da 1ª Conferencia Nacional de Cultura, dizia que “não há turismo sem cultura”. E perguntava: “Por que alguém vai a Paris? Por que alguém junta seus trocados para visitar Paris? O trabalhador de classe média, vai por causa da Torre Eiffel, por causa do Arco do Triunfo, daquele vinho produzido em Bordeaux, que é uma maravilha, que só tem na França, por causa daquele queijo fedido, que todos dizem que é muito bom.  Ainda que seja fedido, ele precisa experimentar, por que vem da França. ”

É de se perguntar: para nós, enquanto cidade, basta o nosso clima? O melhor do Brasil, como dizemos. Basta a nossa água mineral? A melhor do planeta, como queremos. Claro que não! Temos que divulgar nossos pontos de cultura. E eles são olvidados por nós. Não os divulgamos. Não os vendemos. Mas estão aí. Na Colina Magano, o Cristo Crucificado; na Colina Triunfo, o Santuário Mãe Rainha; na Colina Columinho, a Via Sacra; na Colina Monte Sinai, o que seria o Cassino de Pernambuco; na... Agora é preciso que esses pontos turísticos, e mais tantos, que encerram a cultura da nossa cidade estejam prontos para receber aqueles que vêm de fora nos visitar, gastar o seu dinheiro, este, não raro, de gente de classe média, que juntou seus trocados para vir nos visitar, fugindo da agitação da cidade grande à procura do repouso em uma cidade de interior, aprazível, é certo, mas que não lhe oferece cultura e diversão desejadas. 

Enfim, se é de nosso desejo abraçar essas vocações de Garanhuns, a cidade precisa se equipar; precisa se programar... porque, no mais, ela está, senão pronta, quase pronta. Agora, temos que provê-la de atrações ao turismo. Temos que dotá-la de informes que facilitem a OCORRÊNCIA do turista que se deseja.

Desses informes tenho falado muito. E penso que, comigo, muita gente. E o faço em casa com amigos. E o faço nas ruas com quem converso. E o faço pelas redes sociais. Faço-o, portanto, onde quer que me encontro. Na cidade ou fora dela. 

A propósito, tenho recebido inúmeros comentários e mensagens de aplausos pelo gesto. 

Hoje, no entanto, recebi uma mensagem que me deixou intrigado e surpreso, sobretudo por partir de onde partiu. Seu autor, guardo comigo.

Ei-la:
“O que a rede hoteleira oferece e os comerciantes da cidade para realização do Garanhuns Jazz Festival? Tudo tem gasto e custo!” Etc. e Etc.

Respondi: 

“Primeiro - Que do trade, portanto, de restaurantes, hotéis, bares... e do comércio, ajuda total. Com muito impostos. E para os três níveis - municipal, estadual e federal. E mais, no caso dos hotéis, estes chegaram a propor a pagar mais 5% de suas faturas LÍQUIDAS, à guisa de mais ajuda.      

Segundo - Que nenhum Festival pode ser entendido como gasto e custo do poder público. Ele tem que ser havido como dispêndio, destinado a aumentar a capacidade produtiva de seu agente. No caso, o poder público.

Terceiro - Que em um Festival como o Jazz e Blues, e outros, todos faturam. Do flanelinha ao empresário. Este, do grande ao micro. Sobretudo, o informal.

Quarto - Que em um Festival como o Jazz e Blues, o público é seletivo. Vem pra apreciar uma boa música, segundo diz, e pra gastar.

Quinto - Que essa conta já fiz por diversas vezes. No último ano do Jazz e Blues a cidade faturou cerca de R$ 10 milhões. Pra onde foi mandado, Gravatá, em 2016, aquela cidade faturou cerca de R$ 25 milhões, porque, lá, tudo é mais caro: restaurantes, comércio, hotéis, bares etc. e etc.

Sexto - Que para esse ano de 2019 a conta está feita: Gravatá deve faturar cerca de R$ 40 milhões. O Jazz e o Blues, ainda aqui, não faturaria menos que R$ 20 milhões. E sabe por que? É que chegamos a atingir a taxa de ocupação de 91%, e o Festival se consolidava, se sedimentava.” 




O autor da mensagem ainda hoje não me deu nenhuma resposta às minhas colocações. E não vai dar. E se o fizer será a destempo.  Soube, no entanto, que está com vergonha do que me disse. Mas quero dizer: minha destemidez é em defesa de minha cidade. E esta é minha bandeira, é meu partido. Agora, digo: tenha vergonha não, amigo. Eu tenho Cristo no coração.       
 
*Empresário. Acadêmico. Figura Pública.

Redigida em: 05.01.2019

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