Produtores do estado poderão atender o mercado de todo o país. Tramitação do projeto no Congresso teve participação ativa do Sebrae
A produção de alimentos de origem animal de forma artesanal ganha um novo impulso com o Selo Arte, instrumento que cria condições para que estes produtos possam circular e ser comercializados livremente por todo o país. O decreto de regulamentação do Selo Arte foi assinado no dia 18 de julho pelo presidente Jair Bolsonaro. Desde o início do processo que tramitava no Congresso Nacional, o Sebrae foi fundamental na consolidação desse avanço.
Em Pernambuco, atualmente são 35 queijarias artesanais certificadas pela Adagro que participaram do projeto “Adequação das Pequenas Queijarias do Agreste Meridional” da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Agrário, em parceria com o Sebrae, ITEP e UFRPE/UAG e outras 50 estão participando deste processo. Uma das formalizadas em 2018 foi a Queijaria Mulungú, de Adriano dos Santos e Maria Sandra da Silva Melo.
A propriedade do casal fica no Sítio Boi Morto, zona rural de Jupi. Nela, existem nove vacas que produzem 120 Kg de leite por dia, o que garante a produção de 100 Kg de queijo tipo coalho por semana. Toda a produção é vendida na cidade de Jupi, no povoado de Olho D´água e em feiras de agricultura familiar da região. Para ter um gado produtivo, Adriano apostou no programa de melhoramento genético do Sebrae, através do SebraeTec.
Os resultados logo foram reconhecidos. O produto do casal ganhou na categoria Queijo Coalho Artesanal do Concurso de Queijos de Pernambuco, realizado no Show de Lácteos da Agrinordeste 2018. Adriano acredita que o Selo Arte vai ajudá-lo a atender consumidores de todo Brasil: “o produtor local vai poder circular livremente pelo país, pois o queijo nordestino é reconhecido pelo seu sabor e vai chegar a todos os lugares e eu pretendo chegar lá também”.
Para o presidente do Sindicato dos Produtores de Leite de Pernambuco (Sinproleite-PE), Saulo Malta, o Selo Arte será um grande impulsionador dos negócios das queijarias artesanais: “o selo vai permitir que os produtores possam agregar valor aos seus queijos, vai garantir a geração de renda para as famílias e fazer com que a qualidade do que produto feito aqui possa ser reconhecido em todo o território nacional”.
Já a diretora técnica do Sebrae-PE, Roberta Correia, alerta para a concorrência que deve ser maior com a chegada de queijos de outros estados: “o Selo Arte vai abrir novos mercados e o nosso queijeiro artesanal terá de aprender a conviver com essa realidade. Para isso, vai precisar se qualificar ainda mais e o Sebrae estará sempre pronto para atender as necessidades dos produtores com consultorias e sendo a ponte entre eles e outras fontes de conhecimento”.
Texto / Fonte: Cláudio Rodrigues - Dupla Comunicação
Foto: HILTON MARQUES
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