POR: Givaldo Calado de Freitas*
Neste último final de semana, estava a conversar com um amigo em Recife. De repente, ele me pergunta: “E nesse feriadão? O que vamos fazer? Que achas de passarmos uns dias em Porto de Galinhas e por lá (quem sabe?) darmos um bom passeio de barco? Fiz isso outro dia. Num desses feriadões. Que delícia! Voltei novo. Novo e motivado para enfrentar os dias a dia do Recife. Que, cada vez mais, estão difíceis. É o trânsito que não anda. É o calor cada vez mais insuportável. Enfim, no desafio à mobilidade em toda cidade grande.”
“Posso não, amigo. Posso não. Você está ficando doido? Neste ‘feriadão’, como você chama, vou ter muito o que fazer. Tenho que reverenciar as memórias de meus pais, irmão, parentes vários e amigos indizíveis. E devo dizer que há muitos anos dedico esse dia a eles. Posto que pense neles sempre, e para eles faça minhas orações”, respondi. E continuei: “Confesso mesmo, amigo, que sou fiel à tradição de minha Igreja, que desde o Século II vem dedicando um dia àqueles que se foram, sendo que, a partir do século XIII, este dia passou a ser o dia 02 de novembro, porque o 1º de novembro é o dia da Festa de Todos os Santos. Portanto, amigo, dispenso-me de lhe acompanhar, mas deixo registrada essa data singular de respeito e extrema veneração dos católicos de todo o planeta. Em outro ensejo, prometo: vou com você a esse passeio de barco. Na próxima quinta-feira, seguramente, não. É o dia de todos nós, católicos, voltar nossos pensamentos para os nossos que se foram.”
Fui para casa. Lá chegando, fui às minhas anotações. Vi do Frei Ribamar Gomes de Souza: “A comemoração de todos os fiéis falecidos evidencia a única Igreja de Cristo como: peregrina, purgativa e triunfante que celebra o mistério pascal.” E mais: “Às vezes, olhamos a nossa vida numa perspectiva de uma tumba que será fechada com a terra e com uma pedra em cima, mas, para nós cristãos, Cristo está diante dessa pedra. Ele que é a Ressurreição e a vida. Ele olha através da pedra e vê a cada um de nós.”
“Mas que coisa!”, exclamei a mim mesmo, já na minha alcova, no aguardo do sono que não chegava. Quem sabe pensando no amigo, que ao invés de ir para Garanhuns venerar os seus, voltar sua mente aos seus pais, familiares e amigos, vem-me com essa de Porto de Galinhas, praia que está lá todo dia, quando 02 de novembro é dia único.
Depois, gosto de visitar mausoléus de famosos sempre que viajo. Assim, Arlington, em Washington, EUA - os Kennedy: John, Robert, Edward e Jacqueline. Assim, Recoleta, em Buenos Aires, Argentina - Eva Perón. Assim, Corsier-sur-Vevey, em Vevey, Suíça - Charlie Chaplin. Assim, na Basílica de São Pedro, Roma - João Paulo II.
De mais a mais, nada tenho contra os Campos Santos. Pelo contrário. Tenho todo respeito por eles. E a eles sempre estou presente quando preciso e, em especial, nesse dia 02 de novembro. No dizer de Teodoro Wanke: “Gosto de ir aos cemitérios, admirar os túmulos dos que venceram na vida”. E eu diria mais: sobretudo por uma causa. Uma causa de natureza coletiva.
Pronto! Foi bom o sono ter tardado. Porque, pronto na minha cabeça, o esboço de minhas linhas que vão ao meu notebook, na próxima quarta-feira. Para que na quinta ou mesmo ainda na quarta (quem sabe?), já possam estar nas páginas de meus perfis, fanpage e blog.
Que assim seja. Pois!
*Figura Pública. Empresário.
Crônica redigida em 1º.11.2017
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