POR: Givaldo Calado de Freitas*
Tive tantos e tantas. Deles e delas, nunca, da primeira ao último, esqueci. Do último que se segue, consegui esquecer. Nem da primeira nem do último. Do último em sequência ao último que ficou. E se segue... Por mais um. Por mais uma. Em sequência quase inesgotável.
Da primeira, Dona Dulcina, nem pensar. Ficou-me na mente suas lições. Seus gestos. O carinho e a paciência com que nos ensinava as primeiras letras para me entregar a Dona Geraldina, já sabendo ler ou pelo menos soletrar as palavras que ensinara.
Às vezes fico a pensar: Deus é sempre muito bondoso comigo. Protecionista, diria mesmo. Lá, na Avenida Santo Antônio, nos meus primeiros aninhos, eu já recebia as bençãos de dois santos: o primeiro, já reconhecido pela Santa Igreja: Santo Antônio. A segunda, protegida, fortemente, pelo Senhor: Dona Dulcina, para cumprir uma nobre, mas difícil missão: educar.
Depois de passar pelas mãos dessas duas mestras, saí para o exame à admissão no Colégio Diocesano.
Outro dia pensava sobre minha jornada. Ou sobre os primeiros passos dessa jornada. De Dona Dulcina, eu ainda criança, ao meu ingresso na centenária Faculdade de Direito do Recife, eu, ainda adolescente. Mas avançando com muito esforço e, também, com muita dedicação.
De repente, bate-me à mente as palavras de Dom Pedro II que costumava dizer que “Se eu não fosse imperador, desejaria ser professor. Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências juvenis, e preparar os homens do futuro.”
Não tenho o menor fiapo de dúvida sobre o que nos expressava Dom Pedro II, sobretudo quando asseverava não conhecer missão maior e mais nobre que a de dirigir jovens, e prepará-los para serem os homens de amanhã.
Tive, nessa jornada, em busca de minha formação, inúmeros professores. Inspirados, devotados, e hábeis mestres. Por isso, verdadeiros, autênticos e vocacionados. Homens e mulheres que teriam vindo ao mundo para exercer a maior e mais nobre de todas as profissões - professor.
Já adulto, e agradecido aos mestres e mestras que tive, comecei a pensar sobre todos eles e sobre todas elas. Do tesouro que me lograram. Da paciência que tiveram comigo e com todos e todas colegas.
De repente, uma expressão sempre referida por Júlio Camargo me chama a atenção: “O professor é inteligente, mas não é inteligente ser professor.”
Aqui, que me perdoem dissentir de Camargo. Do fundo de meu coração, quero, nesta hora, dizer aos professores de meu Brasil que, ao contrário do que diz Júlio Camargo, em nossas terras os que não estão sendo inteligentes são os nossos governantes, que não conferem aos nossos professores a relevância que têm para podermos, um dia, alcançar o crescimento social, cultural e econômico de que essa nação tanto clama. Enfim, para salvar essa nação. Elevá-la à posição que tanto merece.
Abençoado, portanto, sejam todos vocês, professores do nosso país. E de nossa pátria, Garanhuns.
*Figura Pública. Empresário.
Crônica redigida em 15/10/2017
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