Bancada de Pernambuco se reuniu, nesta quarta-feira, com o ministro da Infraestrutura, Tarcisio Gomes, que se manteve irredutível, mantendo o processo sem alteração
A bancada de Pernambuco se reuniu com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, nesta quarta-feira (13), em Brasília, com a finalidade de encontrar uma solução para a privatização do Aeroporto Internacional do Recife. Ao lado do senador Fernando Bezerra Coelho, o deputado federal Felipe Carreras apresentou todos os pontos que os parlamentares pernambucanos acreditam ser frágeis no edital do leilão, marcado para esta sexta-feira. Segundo Carreras, a ausência da possibilidade de um gatilho para o aumento nos investimentos no terminal torna o equipamento limitado em detrimento aos principais concorrentes da Região, sendo eles Salvador e Fortaleza, que possuem, em contrato, a possibilidade de aumento no valor investido caso cheguem a um determinado número de passageiros. Desta forma, os baianos receberão R$ 2,8 bilhões e os cearenses, R$ 1,4 bilhão, durante os 30 anos de concessão. Enquanto isso, Recife fica no patamar dos R$ 800 milhões, pelo mesmo período.
“O Aeroporto do Recife não pode ser tratado desta forma. O que pedimos foi que o ministro colocasse algum gatilho para que os investimentos fossem obrigatórios, pois caso contrário a empresa que vencer fará os investimentos previstos e nada mais. Isso não pode acontecer com o principal terminal da região. Infelizmente, eles afirmaram que não teremos nem uma segunda pista nem este gatilho. Desrespeitaram Pernambuco e todo o Nordeste, que depende do terminal”, afirmou Felipe Carreras.
Quando questionado porque os investimentos no Recife estão tão abaixo de Salvador e Fortaleza, o ministro afirmou: “Os investimentos no Recife estão dentro da necessidade do aeroporto. O que vamos cobrar da empresa vencedora é que ela deve manter o nível ótimo da Iata e não os investimentos. Se não precisar, a vencedora do leilão pode até mesmo investir menos do que os R$ 835 milhões”.
A notícia boa da reunião foi a garantia do ministro que o sitio aeroportuário será ampliado com um milhão de metros quadrados que atualmente pertence a Aeronáutica. “Desta forma, poderemos ter a ampliação do nosso terminal, com a possibilidade de crescimento no lado oposto do que existe hoje. A empresa que vencer já terá o terreno incluso na negociação”, ponderou Carreras.
Com a impossibilidade de qualquer mudança no processo, Carreras prometeu continuar acompanhando o leilão e prometeu se tornar um fiscal ativo de todo o trabalho que será realizado no Aeroporto. “Não vamos parar de cuidar de um ativo do tamanho do Aeroporto do Recife porque o leilão foi contrário à nossa vontade. Agora vamos fiscalizar ainda mais para ver como vão cuidar deste que é um dos maiores patrimônios do nosso Estado. Meus olhos estarão sempre bem abertos para o que for melhor para cada pernambucano”, finalizou.
Texto: André Albuquerque
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