sábado, 24 de agosto de 2019

=> Últimos dias do projeto Tengo Lengo Tengo no Cais do Sertão

Foto: Costa Neto

Exposição é recorde de público do museu e segue até 27 de agosto, com intensa programação, que inclui lançamento de livro, Reisado de Inhanhum e roda de sanfona

A exposição Tengo Lengo Tengo entra em sua reta final consagrando-se como a mostra temporária mais vista do Centro Cultural Cais do Sertão: quase 10 mil pessoas conferiram as fotos e objetos expostos no museu de 18 de junho até o último dia 20 de agosto. O projeto, que celebra os 30 anos da morte de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, e do Padre João Câncio, fundadores da Missa do Vaqueiro de Serrita, chega ao fim no próximo dia 27 (terça-feira), mas até lá o público pode aproveitar para visitar a exposição e curtir os eventos gratuitos da programação paralela. Há desde lançamento de livro, apresentação do Reisado de Inhanhum - Patrimônio Vivo de Pernambuco - e uma roda de sanfona.

Para começar, neste sábado (24), às 17h, o auditório do Cais do Sertão abriga o lançamento do livro Doce Pernambuco, escrito pelo antropólogo Raul Lody, com edição da Cepe – Companhia Editora de Pernambuco. Com 82 livros no currículo, na obra mais recente, Raul fala sobre a arte da doçaria, uma das expressões mais deliciosas da gastronomia pernambucana, que tem no açúcar uma das suas fontes de formação. O livro passeia pelas matrizes étnicas e culturais dos doces pernambucanos, produzidos a partir de ingredientes nativos, exóticos ou ainda a partir de frutas e especiarias como o coco, a mandioca, a canela e o cravo. “Os doces de Pernambuco destacam-se pela beleza e sabor, pela simplicidade das técnicas de preparo e ainda pela preservação das memórias afetivas e culturais que cercam a boa mesa”, explica Lody.

O projeto Tengo Lengo Tengo foi escolhido para ser o palco do lançamento do livro porque na obra há dois capítulos inteiros dedicados a doces típicos do Sertão pernambucano, como o Doce de Chouriço, feito a base de sangue de porco. Mas as outras regiões do Estado também são contempladas. Agreste e Mata Norte têm suas representações. “É importante trazer essas âncoras como referência do espaço geográfico. O objetivo é dar um olhar mais cultural sobre a gastronomia. Por exemplo, ao falar de doces de rua, como o Japonês, o livro faz uma análise histórica, viaja por percursos culturais e éticos de Pernambuco e também fora dos limites estaduais”, explica o autor. Segundo Raul, o ano de lançamento, 2019, também é intencional, pois marca o aniversário de 80 anos da primeira publicação do livro Açúcar, de Gilberto Freyre.

O lançamento será aberto com um bate-papo conduzido pelo historiador Frederico Toscano, escritor de À francesa - a Belle Époque do comer e do beber no Recife. Em seguida, Raul promove sessão de autógrafos. Vale ressaltar que a cada livro adquirido, o comprador leva como brinde um bolo de bacia da Padaria Santa Cruz, um dos lugares patrimoniais do Recife retratados dentro da rota gastronômica feita pelo livro. Cada exemplar custa R$ 40.


Tem mais Domingueira Sertaneja e roda de sanfona

No domingo (25), o público poderá conferir todo o encanto e tradição do Reisado de Inhanhum, a partir das 14h45, como parte da última Domingueira Sertaneja do projeto. O grupo, formado por membros da comunidade quilombola do Inhanhum, de Santa Maria da Boa Vista, no Sertão, carrega uma tradição secular em suas apresentações, enriquecidas por elementos da colonização portuguesa. No palco, o Reisado une músicas, cantos, danças e encenações dramáticas (entremezes ou entremeios) nas quais se destacam personagens cômicos, como o Mateus e os caretas. A entrada é gratuita.

O Reisado do Inhanhum, eleito em 2017 como um dos seis Patrimônios Vivos de Pernambuco pelo Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural (CEPPC), não possui registro preciso de sua fundação, mas a memória coletiva aponta que a brincadeira começou no povoado por volta da segunda metade do século XIX. A história do grupo é repassada oralmente pelos mais velhos do povoado, perpetuando saberes. Cerca de 100 famílias vivem na comunidade quilombola e enxergam no folguedo popular seu maior motivo de orgulho, de festa e de expressão religiosa.

Já na terça-feira, dia 27 de agosto, às 15h, para encerrar em grande estilo a programação e ainda celebrar o Dia Nacional do Vaqueiro, o projeto Tengo Lengo Tengo promove, no Museu Cais do Sertão, uma roda de sanfona! Quem comanda a festança é o cantor, compositor e acordeonista Manoelzinho do Acordeon, natural da cidade de Bonito. No repertório, a garantia que não faltarão clássicos do forró, do xote e da seresta, além de músicas autorais

Tengo Lengo Tengo – A exposição Tengo Lengo Tengo foi pensada justamente para dar ao grande público uma dimensão da importância do trabalho desenvolvido por Luiz Gonzaga e pelo Padre João Câncio na missão de preservar a cultura e a tradição dos vaqueiros.

A mostra é dividida em três seções, começando com o espaço expográfico, que trabalha o encantamento com o Sertão Verde através das sensações; seguida do cenário "Quando o Sagrado vem do Chão", centrado na Missa de Serrita e na figura do vaqueiro, com sua armadura de couro, fé e tradição; e finalizada com a seção "A Música que Eleva as Raízes", onde o público pode conferir como a influência do Rei do Baião se espalhou pelo País através das suas músicas. 

O projeto Tengo Lengo Tengo é uma iniciativa do Cais do Sertão e da Secretaria de Turismo e Lazer de Pernambuco, por meio da Empetur, em parceria com a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe). A Janela Gestão de Projetos é responsável pela realização do projeto.


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Fonte / Texto: ASSESSORIA DE IMPRENSA 
SECRETARIA DE TURISMO E LAZER DE PERNAMBUCO 
EMPRESA DE TURISMO DE PERNAMBUCO (EMPETUR)
CENTRO CULTURAL CAIS DO SERTÃO
ARENA DE PERNAMBUCO

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