Hoje, depois do almoço, e de assistir um pouco ao Jornal, fui pra minha “horizontal”, como sempre com meus inseparáveis marcadores de textos e minhas réguas. Lá, à minha espera, “Anna Kariênina”, de Liev Tolstói, “folheto” de 814 páginas, que me lembra um colega de turma da Faculdade que me dizia outro dia: “Estou fora. Não enfrento mais que meia dúzia de páginas.”
Deitado, mas ainda acordado, lendo Tolstói, de repente o celular toca, e toca de novo, e, eu, nem aí, apesar de ouvir seus toques. Tirei o olhar de “Anna Kariênina”, e exclamei: “Será possível? Deixem-me ler. Afinal, leio Tolstói, esse russo autor de “Guerra e Paz”, romance que o tornara notável na década anterior, 1863, já que Anna Kariênina ele escreveu em 73 dos anos mil oitocentos.
E o celular a tocar. Resolvi atender. Afinal, tamanha aflição pode sugerir alguma urgência, e urgência é urgência, e, como tal, temos que considerar. “Você está vendo, Givaldo? Nunca vi tanta chuva em Garanhuns. E, com ela, tanto frio. Hoje, a previsão é que vamos para 10ºC. E olhe lá! Você tem aguentado, amigo?”
“Verdade? Que notícia boa! É Garanhuns mais Garanhuns. Afinal, é o inverno que chega. Hoje, nossa cidade é conhecida Brasil afora por isso. Agora, amigo, será que vamos mesmo para 10ºC? Procura conferir, porque quero sentir esse frio que faz algum tempo que não sinto. Você sabe, não é? Gosto do frio e da garoa de Garanhuns. Eles me sugerem conforto, aconchego, tranquilidade. Alô! Alô! Você não está aí?”
“Estou, Givaldo, é que estou morto de frio. Que devo fazer?”
“Primeiro, amigo, agradecer a Garanhuns. Você ‘morto’, no entanto, falando comigo. Segundo, volte pra sua terra. Soube que lá, hoje, beira os 40ºC. Esse tempo, aqui, não. Nem nesse tempo de pandemia, cujo “bichinho” nos atormenta.
Imagens: Divulgação
Redigida em: 27/05/20
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