Dr. Thiago Pedro, médico especialista em coluna do SEOT, aponta os principais fatores que causam lesões na coluna cervical
Imagem: Sergey G. por Pixabay
Com a predominância do uso da tecnologia na rotina diária das pessoas, ainda mais nestes tempos de pandemia, é comum a aparição de problemas ortopédicos, principalmente para quem usa o telefone celular por horas a fio. A posição de olhar para baixo, em direção ao aparelho, tem provocado dores nos ombros, pescoço e cabeça. Estes podem ser sintomas da cervicalgia, síndrome dolorosa aguda ou crônica que acomete a região da coluna cervical.
Estudos apontam que a cervicalgia acomete homens e mulheres de todas as idades e é a segunda maior causa de dor na coluna vertebral, atrás apenas da dor lombar. Em média, de 12% a 34% da população adulta sofre do problema em alguma fase da vida, sendo maior a incidência no sexo feminino. Geralmente, a doença tem relação com movimentos bruscos, longa permanência em posição forçada, esforço ou trauma.
Com o trabalho em home office, consequência do confinamento forçado pelo novo coronavírus, outras causas podem causar problemas na região cervical, como aponta o ortopedista Thiago Pedro, especialista em coluna do Santa Efigênia Ortopedia e Traumatologia (SEOT): “a má postura, posição inadequada para dormir, estresse e esforços repetitivos podem gerar doenças que levam a lesões na coluna e na cervical. No trabalho, muitas vezes, já havia um problema de ergonomia; agora em casa as pessoas estão ficando com a postura cada vez pior e com isso desenvolvem-se doenças como a cervicalgia”.
O fato de estarem em casa leva muitas pessoas a não se preocuparem com a postura. “No ambiente profissional, é comum que as empresas cuidem dos seus profissionais, criando um ambiente no qual eles consigam fazer um trabalho no computador, com a visão plana, direcionada ao monitor, mas em casa a tendência natural é de relaxarem e esse relaxamento pode agravar ainda mais doenças pré-existentes como doenças discais, doenças musculares de todo o complexo músculo-ligamentar e ósseo da coluna”, ressalta o especialista.
Um outro sintoma comum que pode caracterizar a cervicalgia é a irradiação, ou seja, quando a dor não é mais localizada, e sim passa a se dirigir, por exemplo, para os membros superiores. Thiago Pedro enfatiza: “o paciente pode sentir desde dormência nas mãos, no punho e até falta de força. Estes são sinais de alerta de está na hora de buscar atendimento médico de imediato. A dor por si só deve ser investigada, mas a falta de força, o déficit neurológico e a dormência nos braços são bandeiras que devem ser observadas mais atentamente”.
O diagnóstico da cervicalgia deve ser feito por um profissional especialista na área que segue alguns parâmetros como identificar os fatores causais a partir de uma anamnese, que é uma investigação minuciosa: um exame físico para observar a postura; e o déficit neurológico. “É todo um conjunto de exames físicos e exames clínicos que são feitos em princípio para depois se passar um exame radiológico, por exemplo, que vai concluir, de fato, o que o paciente tem. A partir disso, o especialista inicia um tratamento individualizado para o paciente”, conclui.
Você sabia?
- A cabeça em posição normal pesa 5 quilos e com a inclinação a sobrecarga passa a ser maior, podendo atingir até 15 quilos;
- Uma pessoa passa de 2 a 4 horas por dia na frente de um smartphone ou tablet com a postura inadequada;
- Atitudes simples, como trazer o aparelho celular até a altura dos olhos, são fundamentais para prevenir lesões associadas à má postura.
Siga as recomendações da SBOT e evite dores:
- Não use o seu celular ou tablet para trabalhos longos;
- Prefira seu computador de mesa ou laptop. Verifique se esses dispositivos estão dispostos ergonomicamente;
- Ao usar seu celular, levante-o e aproxime-o um pouco abaixo do seu rosto;
- Apoie o braço em uma superfície estável;
- Faça exercícios de alongamento para aliviar a tensão no pescoço, como o movimento de “sim” e “não” com a cabeça.
Fonte: SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia) mencionado por Cláudio Rodrigues - Dupla Comunicação
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