POR: Givaldo Calado de Freitas*
Tenho fé. Sou homem de muita fé. E nunca desisto. E nunca descarto. De nada.
Eu, descartar-me? Eu, colocar-me como "carta...", como dizem por aí certos incautos? Mas, tudo bem.
É. Podem dizer. Dão-me atestado que de mim nada sabem. Dão-me recibo de que por mim passam à espreita. E só.
Também, coitados, da minha cidade, nada sabem. E, também, de seus homens. Soutinho, Euclides, Ruber, Padre Adelmar, Amílcar, Figueira... Mais grave! Nem pelos livros, porque deles correm. Têm horror.
Eu, quieto, humilde, discreto... Todos, em Garanhuns, sabem, afora esses, de ontem, de agora, ou de passagens.
Nunca quis contar. Acho feio. Até pedante. Afinal, pra quê? Para abrandar almas do ódio? Para acalmar corações pesados?
Mas..., vô-los contar, em algumas linhas, não antes de pedir perdão ao Senhor pela quebra de minha palavra. De meu silêncio.
Começo pelo meu ingresso à Igreja, como atesta meu batistério, emitido pela Igreja de São Sebastião da Boa Vista. Lá, pelo Padre Matias. Eu, aos dois. De minhas moradas, com meus pais, ainda criança, na Praça Dom Pedro II; depois Ruas Severiano Peixoto, José Mariano e Avenida Dantas Barreto. De minha educação no Glorioso Diocesano, e no adentrar os seus umbrais e salas de aulas, pelas mãos firmes do Padre Adelmar da Mota Valença. Que sedimentou meu caráter, fazendo-me HOMEM. E a ele, eu devendo tudo. E a ele, pedindo, agora, clemência por minha confissão.
Sou, ainda hoje, depositário das aulas de civilidade do Padre Adelmar. Uma delas, em um dia de agosto: "Getúlio, grande homem! Mas, fraco diante dos fracos de caráter de sua época. Atirou no peito."
Só anos depois entendi a sentença do Padre. Que quis dizer: o homem tem que ser HOMEM.
Lá na frente, quantos episódios não vivi, e, todos, sob a inspiração do Padre, na verdade, sob seu ensino sábio e amigo, mas, sobretudo, sob sua regra inafastável: o homem tem que ser HOMEM.
Redigida em: 06/05/20
IMAGENS: ACERVO E DIVULGAÇÃO
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