Coco, cavalo-marinho e maracatu levaram grande público ao Palco de Cultura Popular do festival na última segunda-feira. Mestre Galo Preto ainda prestou homenagem ao seu irmao, Preto Limão.
Nem o trânsito agitado pelas ruas do centro, típico de uma segunda-feira, não diminuiu a empolgação do público que foi à avenida Santo Antônio ontem (21), conferir as atrações do Palco Cultura Popular do FIG.
Entre elas, o Maracatu Nação Cambinda Estrela, que já se prepara para celebrar 80 anos em atividade, coloriu a praça. O manifesto de baque virado originado em Chão de Estrela, no Recife, envolveu o porta-estandarte, as baianas, os batuqueiros e o ritmo empolgante dos seus tambores, para deixar o espetáculo ao ar livre ainda mais convidativo a participação do público nas danças.
Para o comerciante Antônio Campello, que aproveitava o horário de almoço para acompanhar o maracatu, o som produzido é o que mais lhe chama a atenção. “O batuque de um maracatu como este, certamente alegra a alma de qualquer pessoa. O pulsar dos tambores é o que mais me fascina”, explicou, encantado.
De acordo com Leandro Santos, presidente da agremiação, essa é a primeira vez que o maracatu se apresenta durante o FIG. “Para nós é motivo de imensa satisfação, especialmente por marcar o início das comemorações de 80 anos do Cambinda Estrela, que pretendemos celebrar no mês setembro, durante festival envolvendo a cultura negra de Pernambuco”, adiantou Leandro.
Outra atração que agradou o público na praça foi o Cavalo Marinho Boi Pintado, sob o comando do Mestre Grimário, da cidade de Aliança. Contando com 76 personagens diferentes, que são encenados por 21 componentes do grupo, o brinquedo encantou os presentes, que formaram um grande círculo ao redor do drama do boi pintado, ao som de loas e reco-recos tocados ao vivo pela bandinha do grupo.
Encerrando a programação da segunda-feira, a grande atração foi o coquista e um dos patrimônios vivos de Pernambuco, Mestre Galo Preto. Com 81 anos de idade, ele subiu ao palco provocando o público com improvisos que surgem de acordo com os diálogos que faz com a plateia.
Patrimônio vivo do estado, Mestre Galo Preto fez homenagem a seu irmão, Preto Limão.
Falando sobre o preconceito racial, entoou: “Quem pensa que preto é feio, certamente se enganou. Eu vou lhe dar um testemunho que só contei pro meu amor…”; falando sobre velhice, ensinou: “Olha o idoso cantando, olha o idoso vivendo, olha o idoso sabendo que os seus direitos tão valendo”; e assim vão as suas maravilhosas reflexões musicais, que na maioria das vezes são criadas ali mesmo, na hora da apresentação.
Durante o show, Galo convidou o irmão Preto Limão e, juntamente com o filho Téu Manu, que faz parte de sua banda, formaram um trio que proporcionou um encontro histórico para o coco, definido de maneira brincalhona por Galo Preto como um “furo de reportagem”. Para o Mestre Galo Preto, a apresentação realizada tinha um sentido especial, principalmente pelo irmão ter sido homenageado em Garanhuns, durante o festival, o que deixou o mestre bastante feliz. “Foi um grande prazer ter aproveitado o momento para realizar nosso encontro no palco. Espero que existam outras oportunidades assim”, declarou o coquista, feliz da vida!
TEXTO: Roberto Moraes
FOTOS: Costa Neto
FONTE: FUNDARPE
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